segunda-feira, 5 de abril de 2010

O balé revolucionário de Isadora Duncan



A bailarina Isadora Duncan foi a iniciadora do balé moderno, possuía uma atitude transgressora e espírito livre que se tornaria um símbolo para o feminismo28 de setembro de 2007
Ela causou escândalo em sua época ao trocar os Estados Unidos pela União Soviética, afirmando: “Prefiro viver de pão preto e vodca e sentir-me livre, a gozar as delícias da vida americana sabendo-me prisioneira.”

Isadora Duncan era a segunda dos quatro filhos do poeta Joseph Charles e da pianista e professora de música Dora Gray Duncan. Nasceu em 1978, em São Francisco, e viveu uma infância atípica para os padrões da época. Filha de pais divorciados, ela, a irmã e os dois irmãos, foram criados na pobreza por sua mãe solteira, e além de receberem a educação formal, a mãe fazia questão de dar-lhes desde cedo, aulas particulares de literatura, poesia, música e artes plásticas.
Isadora Duncan - 1904Quando ela tinha ainda quatro anos, começou a freqüentar aulas de balé clássico. Na adolescência se apresentava acompanhada dos três irmãos ao som do piano de sua mãe. Desde cedo ela dava mostras de um temperamento transgressor, que a leva a abandonar as convenções do balé da época. As técnicas convencionais do balé clássico e romântico eram extremamente rígidas. Pedia a utilização do espaço geométrico do palco de maneira axial simétrica, durante as apresentações, o homem era sempre o líder e condutor dos movimentos, auxiliando também as mulheres, que deveriam preservar uma dança discreta, e o andar suave.
Aos 11 anos, a jovem Isadora já apresentava uma sensibilidade muito particular, desenvolvendo uma maneira própria de dança. Nessa idade começou também a dar aulas de sua nova técnica. Isadora considerava antiquadas as técnicas clássicas e as sapatilhas de ponta, além de serem incômodas e deformarem o corpo feminino. Foi ela a primeira manifestação substancial do movimento de ruptura que surgiria dentro do balé e que buscava uma forma de dança mais livre e expressiva. Nas palavras dela: "A beleza da arte não é feita de ornamentos, mas daquilo que flui da alma humana inspirada e do corpo que é seu símbolo..."

O surgimento do balé moderno

Em sua aversão pelo balé clássico chegou ao extremo de afirmar: "eu sou inimiga do balé, o qual considero arte falsa e absurda, que de fato está fora de todo o âmbito da arte". Ao romper com os padrões clássicos, Isadora Duncan propõe uma dança liberta de espartilhos, meias e sapatilhas de ponta, apresentando-se em espetáculos solo baseados em improvisações, dando ênfase aos gestos corporais assimétricos. Seus movimentos eram inspirados nos fenômenos na natureza, como o fluir das ondas do mar, do vento, e força das tempestades.

Para sua nova expressividade, Duncan foi buscar referências nas danças rituais da Grécia antiga. Passou a dançar de pés descalços vestindo apenas coloridas túnicas de seda, o que causou escândalo entre a conservadora mentalidade da época. Sua semelhança com as danças gregas podem ser conferidas através da comparação das antigas lápides de dançarinas gregas em rituais dionisíacos com fotos das dançarinas que seguiram a linha de balé iniciada por Isadora Duncan. Revolucionou ainda o repertório musical do que era considerado apropriado para temas de dança, e incorporou a seus trabalhos, peças como as de Chopin e Wagner, que na época eram executadas tão somente para serem ouvidas. “Tive três grandes mestres, os três grandes precursores da dança no nosso século: Beethoven, Nietzsche e Wagner”, dizia ela, que gostava de citar o filósofo Friedrich Nietzsche entre os compositores alemães. Inovou também a estética do palco, utilizando tão somente uma cortina azul como cenário, que visava reforçar a importância da expressividade do dançarino sem recorrer a subterfúgios que ela considerava artificiais e “vazios”.

Durante o desenvolvimento de sua carreira, cada vez mais caminhava para um estilo pessoal único. Visando realçar a emoção do dançarino, valorizou os movimentos espontâneos, mas não ausentes de técnica. Para aperfeiçoar seu balé, se entregou a estudos aprofundados sobre a origem da dança e suas diversas expressões em diferentes culturas, tais estudos resultaram em uma série de textos e ensaios teóricos sobre a dança, o papel da cultura e a vinculação com seu trabalho. "Desde o início sempre dancei minha vida", disse ela, certa vez, demonstrando a maneira particular como encarava a sua arte.

O sucesso na Europa
Quando completou 18 anos, procurando expandir sua carreira, Duncan se mudou para Chicago, onde foi contratada por Augustin Daly, o maior empresário teatral da época.
Com ele, fez diversas excursões, passou por Nova Iorque e Londres onde dançava também em reuniões organizadas por damas da alta sociedade que a levaram em 1900, para Paris. Com sua chegada à França, desde sua primeira apresentação causou grande polêmica com seu balé revolucionário e seus véus transparentes; e onde finalmente acabou encontrando o reconhecimento que buscava quando se apresentou no teatro Sarah Bernhardt. Rapidamente conseguiu fechar contratos para se apresentar na Alemanha, Hungria, Rússia, Grécia e uma turnê por cidades da Boêmia.
Ela e seus filhos Dierdre e Patrick, em 1913A bailarina promoveu uma reviravolta não só na dança como também nos costumes. Dona de uma postura irreverente, provocou a ira conservadora de muitos. Era avessa à instituição do casamento e diz em sua autobiografia: “Comecei a observar o rosto das senhoras casadas, amigas de minha mãe, e não houve um em que eu não achasse a marca do monstro de olhos verdes e os estigmas da escravidão. E fiz o voto de jamais me rebaixar a situação tão degradante, ainda que isso viesse me custar, com de fato veio, uma quebra de relações com minha mãe e a incompreensão do mundo”. Ela causou escândalo na época por seus tórridos casos amorosos com diversos amantes, entre eles o produtor teatral Gordon Graig, com quem teve sua filha Deirdre; e o milionário herdeiro do império das máquinas de costura, Paris Singer, pai de Patrick. Seu espírito livre tornou-se símbolo da independência feminina.
Funda em 1904 sua primeira escola de dança, em Grunewald, na Alemanha, dirigida por sua irmã Elizabeth. Isadora dava preferência para meninas pobres e cuidava de suas necessidades materiais e físicas, além do ensino acadêmico tradicional. Estas meninas eram conhecidas como “Les Isadorables”, algo como “As Isadoráveis”, que demonstra o carinho que ela tinha pelas crianças.
Desde o início da carreira, Isadora sempre pensou investir seus ganhos na educação de jovens, aperfeiçoando novos talentos.
"Les Isadorables", da escola de GrunewallApesar da escola, Isadora continuou trabalhando ativamente e se apresentou com sua companhia em todas as principais capitais européias e diversas cidades dos Estados Unidos, sendo ovacionada por onde passava.
Desgraçadamente, em 1913, seus dois filhos, Deirdre e Patrick, morreram afogados quando o carro em que estavam caiu dentro do rio Sena, juntamente com sua governanta. Profundamente abalada, a bailarina cancelou todas suas apresentações e permaneceu durante meses afastada dos palcos. Um ano depois sua tragédia continuou, quando deu à luz um terceiro bebê do sexo masculino, que morreu poucas horas após o parto.
Quando explodiu a Primeira Guerra Mundial, Duncan retornou aos Estados Unidos para realizar uma turnê com sua companhia, mas foi barrada no aeroporto pelo fato de suas bailarinas serem alemãs. Para resolver a questão, Isadora adotou todas as seis garotas.
Em 1916 excursionou também pela América do Sul, e chegou a fazer uma apresentação no Brasil, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

O chamado dos sovietes
Isadora na Escola Soviética de Dança, em MoscouDepois do final da guerra, Isadora partiu para mais um turnê européia, e vivia em Paris novamente quando, na primavera de 1921 recebeu um telegrama do governo soviético que dizia: “Só o governo dos sovietes é capaz de compreendê-la. Venha para nós. Faremos aqui sua escola. Amizade. Assinado: Anatol Lunatcharski, comissário do povo na Instrução Pública encarregado das belas-artes.”
Ao que ela respondeu: “Aceito. Irei à Rússia, ensinarei suas crianças. Quero apenas que me dêem um estúdio e o dinheiro indispensável para trabalhar”. A resposta do governo soviético foi “sim”, e Isadora partiu imediatamente de navio para Moscou.
Chegando lá, o Comissariado da Educação lhe destinou o palácio Balachova, um casarão de dois andares, onde cerca de mil crianças estavam matriculadas. Em 1921 era fundada a Escola Soviética de Dança, em Moscou.
A seguir, saiu em mais uma turnê pelos Estados Unidos, a qual foi abreviada em virtude da polêmica que causavam seus discursos em favor da União Soviética. "Amo a Rússia, porque a Rússia possui tudo o que falta aos Estados Unidos...” disse ela em discurso. E em sua última entrevista ela ainda afirmou: “Não vejo a hora de chegar à União Soviética. Prefiro viver de pão preto e vodca e sentir-me livre, a gozar as delícias da vida americana sabendo-me prisioneira... Na Rússia, temos liberdade. O povo americano ainda não sabe o que é isso...”
Isadora Duncan e Sergei IessieninNo ano seguinte casou-se com o poeta soviético Serguei Iesienin. A despeito do que se costuma afirmar a seu respeito, esta não foi uma contradição no seu comportamento transgressor. Em sua autobiografia ela afirma: “Uma das melhores coisas realizadas pelo governo dos Sovietes foi a abolição do casamento. Duas pessoas que querem fazer uma vida em comum, deixam seus nomes em um livro onde há impresso logo abaixo a seguinte declaração: ‘Esta assinatura não implica qualquer responsabilidade das partes e pode ser anulada por simples pedido de um dos interessados’. Esta espécie de casamento é a única que pode convir a uma mulher de espírito emancipado, e não foi de outra maneira que eu compreendi e realizei.”
Esta sua união foi tempestuosa e durou cerca de dois anos, culminando com o suicídio do poeta em 1925, que se matou enforcado com a correia de sua mala um ano após o final do relacionamento dos dois.
Após a separação, Isadora voltou para a França e passou seus últimos anos na cidade de Nice, na Riviera francesa. Nessa época havia já abandonado os palcos e atravessava uma fase de decadência, tomando remédios e vivendo entregue ao alcoolismo. Escreveu em 1927 o livro autobiográfico “Minha vida”, em que relata os principais fatos de sua vida e carreira até o momento em que vai para a União Soviética.
Bailarinas da companhia de Isadora DuncanAclamada como iniciadora do balé moderno e um espírito vivo da dança, discriminada pela postura independente e revolucionária, inspirou poetas e artistas e é ainda hoje um ícone de sua época.
Em 14 de setembro de 1927, aos 49 anos, morreu da mesma forma espetacular como viveu. Estava instalada no banco traseiro de seu carro conversível, que era dirigido por seu motorista. O xale enrolado ao seu pescoço dançava ao vento quando as franjas do xale enroscaram-se na roda do veículo. Sua cabeça foi lançada para trás e a nuca foi quebrada. Morreu estrangulada. Ironicamente, desde a morte de seus filhos, Deidre e Patrick, ela se recusava a entrar em carros fechados.
Em homenagem à bailarina, foi criada em 1979, a Isadora Duncan Dance Foundation, em Nova Iorque. Os arquivos pessoais de Isadora Duncan estão atualmente no Lincoln Center, também em Nova Iorque. (from: http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=152)

Balé Moderno


É o estilo que esquecerá os passos clássicos, com movimentos harmônicos e delicados, dando ênfase aos movimentos corporais assimétricos. O Ballet Moderno apareceu no início 20 e seus precursores procuravam maneiras mais modernas e pessoais de expressar idéias através da dança. Entre os pioneiros do movimento estão as americana Isadora Duncan, Loie Fuller e Ruth St. Denis; o suíço Emile Jacques-Dalcrose; o húngaro Rudolf von Laban. Isadora Duncan a mais espontânea, dançava descalça e vestia túnicas soltas, ignorava os movimentos convencionais, não permitia cenários que pudessem deviar a atenção da platéia; seus movimentos eram inspirados pela natureza, pela música clássica e pelas tragédias gregas. As religiões ocidentais inspiraram as danças de Ruth St. Denis; ela e seu marido Ted Shawn abriram uma famosa escola em Los Angeles, a Denishawn. Muitos de seus alunos, entre os quais Martha Graham (ex-aluna de Ruth St. Denis), desenvolveram estilos mais pessoais e formaram sua próprias companhias.
O Ballet Moderno voltou a início básico da dança, liberada de artifícios ou temas fantásticos. Era um meio de artista expressar seus sentimentos de um modo mais atual. Explora as possibilidades motoras do corpo humano, usa o dinamismo, o emprego do espaço e ritmo corporal em movimentos. Os grupos de Dança Moderna normalmente são fundados por uma personalidade, que é o seu coreógrafo e diretor, sendo por isso individualistas e tendo suas próprias características. A Dança Moderna se desenvolveu principalmente nos Estados Unidos, por não ter uma tradição clássica, e na Alemanha, pela particularidade do alemão de gostar de manter suas características próprias evitando influências externas.

ENTREVISTA: Paulo Melgaço e a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa

Mais que um polo de talentos, uma filosofia de vida. Ao menos, é assim que a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa (EEDMO) vem sendo definida ao longo de seus 82 anos de existência. Primeira instituição de dança clássica fundada no Brasil e corpo artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a escola forma, desde 1927, bailarinos profissionais com renome e selo de qualidade internacional.A trajetória, que começou em uma pequena sala no prédio anexo do próprio Theatro, segue até hoje na Rua Visconde de Maranguape, na Lapa. Com o passar das gerações, a instituição vem deixando sua marca pelo mundo por meio de ex-alunos que mostram a técnica e o amor ao balé em palcos de todo o mundo.E para decifrar a jornada oficial da Dança no Brasil, o Conexão Professor convidou o mestre em Educação e professor da EEDMO Paulo Melgaço. Multiplicador do novo conhecimento acerca da história do balé, o educador é também responsável pela pesquisa e consultoria de texto do livro “Um sonho feito de cores - Escola Estadual de Dança Maria Olenewa”. Confira a íntegra da entrevista.
Conexão Professor (CP) - Quem foi Maria Olenewa?
Paulo Melgaço - Maria Olenewa foi uma bailarina russa que, com a Revolução Bolchevista, fugiu com sua família e foi morar em Paris. Lá conheceu Anna Pavlova e se tornou primeira bailarina de sua Companhia. Depois de diversas tournes pela América do Sul, resolveu se estabelecer no Brasil e, em 1927, fundou a primeira escola de dança do Brasil – A Escola de Dança do Theatro Municipal, hoje Escola Estadual de Dança Maria Olenewa.
CP - Preparar os alunos não só para os palcos, mas para a vida. O que consagra os 82 anos da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa?
Paulo Melgaço - Penso que são diversos fatores: o amor e respeito pela dança que são transmitidos de geração em geração ao longo destes anos; o ensino de excelência; o desejo de manter a escola viva e atuante. A maioria dos professores da escola foram seus ex-alunos e nutrem um enorme respeito pela tradição e trabalho desenvolvido.
CP - Como é carregar o título de primeira escola de dança clássica fundada no Brasil, representante do Theatro Municipal do Rio de Janeiro?
Paulo Melgaço - É um prazer e uma grande responsabilidade. Daí a nossa preocupação em manter a excelência do ensino da dança e a divulgação da arte e cultura universal.
CP - O que a dança pode produzir humanisticamente? É possível conhecer a si mesmo, aos outros e desenvolver a auto-estima a partir da dança?
Paulo Melgaço – Sim. A dança trabalha a sensibilidade, desenvolve a autoestima e promove o respeito a si e ao outro. Nossos alunos passam pela escola e estão sempre em contato com bailarinos profissionais; eles recebem uma série de aulas teóricas, além das aulas práticas de ballet e danças. Eles podem se expressar através do nosso boletim informativo, assim, essa vivência e convivência com diferentes desperta sua sensibilidade para valores fundamentais nos seres humanos, como respeito, humildade e paciência.
CP - Hoje, quais os principais nomes nacionais da dança clássica brasileira?
Paulo Melgaço - Falar em nomes é muito complicado, podemos esquecer um ou outro. Vou enumerar alguns ex-alunos da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa que construíram sólidas carreiras na dança: Madeleine Rosay, Tamara Capeller, Bertha Rosanova, Dennis Gray, Eleonora Oliosi, Nora Esteves, Arthur Ferreira, David Dupré, Áurea Hammerly, Roberta Marques, Letícia Oliveira, Claudia Mota, Norma Pinna, Márcia Jaqueline, Cícero Gomes, Karina Dias, Eliana Caminada, Beth Oliosi, Teresa Augusta, entre muitos outros.
CP - O Brasil do novo milênio é polo de talentos? Qual a participação da EEDMO neste projeto?Paulo Melgaço - Sim, o Brasil é um grande polo de talentos. Haja vista a quantidade de bailarinos brasileiros que atuam aqui e no exterior. A Escola Estadual de Dança Maria Olenewa é um grande celeiro destes talentos. A cada ano formamos diversos alunos para esse mercado profissional. Temos alunos atuando não só no Corpo de Baile do Theatro Municipal como também em diversas companhias no Brasil e no mundo.
CP - É possível profissionalizar-se na área? Como é o mercado da Dança no Brasil?
Paulo Melgaço - É possível profissionalizar sim... Nosso curso é profissionalizante, basta que o aluno possua talento, determinação, muita vontade, garra e ame a dança. Existe mercado para todo profissional que queria trabalhar e seja versátil. O desejo do bailarino de se profissionalizar não pode estar restrito ao Theatro Municipal. O mercado no exterior absorve muitos de nossos alunos.
CP - Existem projetos com escolas da rede pública de ensino regular?
Paulo Melgaço - Diretamente não existe projeto, mas recebemos todos os anos diversos alunos oriundos das escolas da rede pública: estadual, municipal e federal. Recebemos também diversos alunos oriundos de projetos e ONGs que atuam nas diversas comunidades da cidade e do interior.
CP - Como o trabalho desenvolvido aqui interfere na formação educacional regular do jovem, desenvolvendo-o como cidadão?
Paulo Melgaço - Um dos nossos objetivos é promover e desenvolver a cultura. Aqui, nossos alunos possuem um repertório de disciplinas que, em seu conjunto, visam promover o respeito, a cidadania, valores humanos. Assim, o trabalho desenvolvido pela escola acaba por promover seres humanos melhores, sensíveis às questões sociais e históricas.
CP - Existe um sentimento que agrega o aluno, o ex-aluno e todos que passaram pela Escola? A EEDMO é uma filosofia de vida?
Paulo Melgaço - O sentimento agregador é o amor pela dança. Aqui, estudam gerações e gerações. Um exemplo: a ex-diretora Tânia Granado foi aluna da escola e, posteriormente, trouxe sua filha. Magali Lopi, outra ex-aluna e bailarina do Theatro Municipal, acompanhou sua neta durante todo o seu curso de formação na EEDMO.Aqui, prezamos pela convivência entre as diversas gerações. Valorizamos a memória da dança; incentivamos o respeito ao outro e ao passado como determinante do presente e do futuro. Certamente, a EEDMO é uma filosofia de vida, muitos de nossos alunos passam mais tempo aqui do que em suas casas. Aqui eles dançam, fazem amigos, estudam, se conhecem e se tornam profissionais.
(from: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especial.asp?EditeCodigoDaPagina=1252)

Escola Estadual de Dança Maria Olenewa


A Escola Estadual de Dança Maria Olenewa foi criada em 11 de abril de 1927, incentivada pelo brilhante crítico de teatro do Jornal do Brasil, Mário Nunes, tendo por finalidade a formação de bailarinos profissionais.
Graças à compreensão do então diretor do Patrimônio e Estatística, Dr. Raul Lopes Cardoso, que determinou a entrega de uma pequena sala no 3º andar do Teatro Municipal, a Escola teve até sua sede, só vindo a ampliar-se muitos anos depois. A 2 de maio de 1931, o então Prefeito, Adolpho Berganini, assinava o Decreto nº 3506, aprovando o Regulamento da Escola. Em 1936, foi criado o Corpo de Baile com elementos da Escola, separando-se os dois setores, continuando, porém, a Escola, com o objetivo de preparar elementos para o Corpo de Baile. Afastando-se Maria Olenewa da direção da Escola, em 1942, teve os seguintes substitutos: Yuco Lindberg, até 1948; Madeleine Rosay, até 1950; Américo Pereira, até 1952; Maria Magdala da Gama Oliveira, de 1952 a 1960; Madeleine Rosay, de 1960 a 1966; Lydia Costalat, de 1966 a 1983; Maria Luisa Noronha, de 1984 a 1987; Tânia Granado, de 1988 a 1991, e, atualmente Maria Luisa Noronha. Em 1963, a Escola foi desligada do Teatro Municipal, passando a chamar-se Escola de Danças do Estado da Guanabara, retornando ao Teatro em 1965. Em 1967, a Escola formou um grupo experimental, viajando com um vasto repertório por vários Estados da União. Em 1975 foi novamente desligada do Teatro, integrando o Instituto Nacional das Escolas de Arte, com o Instituto Villa-Lobos, Escola de Teatro Martins Penna e Escola de Artes Visuais. Passou a chamar-se Escola de Danças do INEART. Nesta data, a então diretora, Lydia Costallat submete ao Conselho Estadual de Cultura um Currículo Básico e um Regimento, permitindo ser finalmente a Escola oficializada em Escola Profissionalizante de 2º Grau pelo parecer 1937 de 10 de março de 1975, dando a possibilidade de oferecer aos seus alunos um Certificado reconhecido. A Escola continua até hoje no seu objetivo principal: o de formar profissionais da dança, através de um curso rigorosamente técnico. A antiga Escola de Danças Clássicas do Teatro Municipal desenvolveu-se e evoluiu, no sentido de dar uma visão bem mais ampla da dança aos seus alunos, não se restringindo apenas ao Ballet Clássico, constando do seu currículo várias formas de dança, além de diversas matérias teóricas, afim de oferecer-lhes também um meio de vida mais versátil e mais condizente com o mercado de trabalho de nossa época.
A Escola Estadual de Dança Maria Olenewa voltou a pertencer ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1995.

Venha participar dos cursos livre que a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa oferece.

Preparatório:
Professora > Rosinha Pulitini
Horário > 08:00 ás 09:00 hs
Dias > Terça e Quinta-feira


Básico:
Professora > Paula Albuquerque
Horário > 18:15 ás 19:15 hs
Dias > segunda e Quarta-feira

Intermediário:
Professora > Anna Elizabeth
Horário > 18:00 ás 20:00 hs
Dias > segunda, Quarta e Sexta-feira

Iniciante Adulto:
Professora > Amanda Peçanha
Horário > 18:15 ás 19:15 hs
Dias > segunda e Quarta-feira

Maiores informações na Secretaria da Escola ao pelo tel. 22246721 (from: http://www.eedmo.com.br/)

História da dança


A história da dança cênica representa uma mudança de significação dos propósitos artísticos através do tempo.
Com o
Balé Clássico, as narrativas e ambientes ilusórios é que guiavam a cena. Com as transformações sociais da época moderna, começou-se a questionar certos virtuosismos presentes no balé e começaram a aparecer diferentes movimentos de Dança Moderna. É importante notar que nesse momento, o contexto social inferia muito nas realizações artísticas, fazendo com que então a Dança Moderna Americana acabasse por se tornar bem diferente da Dança Moderna Européia, mesmo que tendo alguns elementos em comum.
A dança contemporânea surgiu como nova manifestação artística, sofrendo influências tanto de todos os movimentos passados, como das novas possibilidades tecnológicas (
vídeo, instalações). Foi essa também muito influenciada pelas novas condições sociais - individualismo crescente, urbanização, propagação e importâncias da mídia, fazendo surgir novas propostas de arte, provocando também fusões com outras áreas artísticas como o teatro por exemplo.
Dança e educação
Rodrigo Amorim(2000) considera a
educação como evolução e transformação do indivíduo, considerando a dança como um contínuo da Educação Física, expressão da corporeidade e considerando o movimento um meio para se visualizar a corporeidade dos nossos alunos, a dança na escola deve proporcionar oportunidades para que o aluno possa desenvolver todos os seus domínios do comportamento humano e, através de diversificações e complexidades, o professor possa contribuir para a formação de estruturas corporais mais complexas. O educador físico se utiliza da dança mas no aspecto biológico que é sua área de atuação.
É preciso deixar claro que professor de educação física não é professor de dança. Apesar deste profissional se utilizar da dança como instrumento, em academias de ginástica para obter condicionamento físico e melhorar a qualidade de vida por exemplo. Os cursos de Educação Física não formam ou qualificam profissionais de dança, seja o artista bailarino, dançarino ou coreógrafo, muito menos professor destas atividades artisticas.
É preciso que os profissionais de educação física tenham este respeito ético, pois não são artistas muito menos professores de qualquer atividade artística inclusive de dança.
O ensino da dança nas escolas brasileiras deve ser abordado dentro do conteúdo Artes, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (fonte www.mec.gov.br)constitui componente curricular obrigatório, contemplando para o ensino fundamental Artes Visuais, Dança, Música e Teatro, e, para o ensino médio, além destas linguagens já citadas, há a inclusão das Artes Audiovisuais. (PCN - BRASIL, 2000, p.46)
A abordagem da dança dentro do contexto da educação física é complementar e deve auxiliar no preparo físico para que os profissionais de artes possam atuar.
A dança é uma área de conhecimento autônoma, até mesmo dentro das Artes, e é preciso ser respeitada e reconhecida como tal. A formação para professores e artistas de dança é adquirida nos cursos superiores de dança (bacharelados e licenciaturas) e a profissão é regulamentada pela Lei 6.533/78 a Lei do Artista.

O r i g e n s do balé clássico
O balé clássico se originou das danças coral cortesã e mourisca. Grupos de figurantes (cavalheiros da corte e, às vezes damas) formavam as "entradas de mouriscas", usando trajes bizarros na caracterização dos personagens. As danças se sucediam a intervalos, cada grupo realizava seu bailado e, por fim, todos se uniam na dança geral.
Os espetáculos ganharam maior dramaticidade na Itália e os temas da mitologia clássica substituíram os dos romances medievais. A dança pantomímica passou a ser executada por bailarinos profissionais e transformada em espetáculo público.
O balé se estruturou na Itália, antes de se desenvolver na França. Em meados do século XVI, Catarina de Médicis levou a Paris o balé "Comique de la Reine". A primeira peça de gênero dramático "Ballet de Circé" foi composta em 1581, pelo músico italiano Baldassarino.
Luís XVI foi o fundador da Academia Real de Dança, em 1661. Esse berço do balé profissional deu grande impulso à dança.O balé passou para o teatro. Os artistas eram sempre do sexo masculino. Usavam máscaras e trajes que dificultavam os movimentos. As mulheres foram incluídas como bailarinas em 1681, po Lully, em seu "O Triunfo do Amor". Os passos eram baixos e sem saltos. Os grandes saltos foram incorporados à técnica pelo grande bailarino Ballon. As cinco posições básicas dos pés foram elaboradas po Pierre Beauchamp. Raoul Feuillet realizou a primeira tentativa de notação de dança com sua "Coreografia ou Arte de Escrever a Dança".
As mulheres passaram a se destacar e contribuíram para o aperfeiçoamento da arte. Marie Camargo criou o jeté, o pas de basque e o entrechat quatre, além de encurtar os vestidos até acima dos tornozelos e calçar sapatos sem saltos.
Jean Georges Noverre foi a figura mais importante da dança no século XVIII. Além de vários bailados, foi autor de "Lettres sur la Danse et les Ballets", que trazia leis e teorias do balé. Ele afirmava que o balé é uma arte nobre, destinada à expressão e ao desenvolvimento de um tema. Criou o balé dramático, onde a história é contada através de gestos. Reclamava maior expressão na dança, simplicidade e comodidade nos trajes, além de mais vastos conhecimentos para os "maitres de balé" e a necessidade de um tema para cada balé. A partir daí, Gaetan e Auguste Vestris criaram novos passos.
As famosas bailarinas russas começaram a aparecer na Europa em meados do século XIX. Conquistaram de vez os teatros.O Romantismo na dança foi inalgurado po Marie Taglioni. Assim, as bailarinas se tornaram seres quase irreais, em um ideal de imaterialidade. Toda a técnica e estética da dança foi revolucionada. Taglioni criou o *sapato de ponta, dando às bailarinas a possibilidade de executar proezas técnicas e aparência de flutuar nas pontas dos pés, além do *tutu - vestido semi-longo, de tule, com corpete justo, possibilitando liberdade total para os movimentos. Sua mais famosa criação foi "La Sylphide" (1832).
Jean Coralli criou "Giselle" em 1841, um dos maiores bailados tradicionais, de caráter dramático e emotivo. Jules Perrot produziu "Pas de Quatre", em 1845. Em 1870, Arthur de Saint-Léon criou "Coppélia", com música de Delibes.
Marius Pepita, com Cecchetti e Ivanov criou "Quebra-Nozes", em 1892; com Lev Ivanov criou "A Bela Adormecida", em 1890. Todos com música de Tchaikovski, como a maioria dos grandes balés russos.
Pepita preparou vários bailarinos de grande talento. Pelas mãos de Enrico Cecchetti passaram os mais famosos nomes da dança internacional, como Anna Pavlova. O estilo e o método de Cecchetti ainda permanecem.
No começo do século XX, o balé teve um impulso, que se deve a Sergei Diaghilev.A coreografia foi revolucionada por Fokine, que pôs em prática os ideais de Noverre. A dança deveria ser interpretativa, mostrando o espírito dos atores, em harmonia com a música e a arte plástica. O mais célebre bailado de Anna Pavlova - A Morte do Cisne - foi criado por ele, além de 68 bailados, representados no mundo inteiro. (from: http://www.sitedasartes.hpg.ig.com.br/bale.htm)

sábado, 3 de abril de 2010

Programação Sesc Rio

Dança - espetáculosPRETÉRITO PERFEITO IMPERFEITOComposição inédita para a Renato Vieira Companhia de Dança.

"Pretérito Perfeito Imperfeito" é o nome do espetáculo da Renato Vieira Companhia de Dança que fará nos meses de março e abril seis apresentações em unidades do Sesc Rio. A estreia será no dia 17 de março no Sesc São João de Meriti. No dia 20, será a vez de o grupo se apresentar em Nova Iguaçu. Nos dias 26 e 27, o espetáculo será realizado, respectivamente, em São Gonçalo e Teresópolis. O circuito será encerrado em abril com duas apresentações no interior do estado, no Sesc Nova Friburgo, dia 10, e Barra Mansa, dia 17.
O espetáculo reúne uma sucessão de solos, duos e trios recriados a partir de novos estímulos dramatúrgicos e musicais. Trata-se, segundo os idealizadores, de uma experiência de composição inédita para a companhia e que trará novas combinações para o repertório do grupo. O próprio título já sugere a ideia de buscar em experiências passadas a inspiração para o presente
Segundo o coreógrafo Renato Vieira, que divide a concepção do projeto e a direção geral com o bailarino Bruno Cezario, o espetáculo sugere uma releitura de projetos anteriores, revistos por uma nova emoção. Por isto mesmo, há referências ora explícitas ora sugeridas às produções da companhia "Terceira Margem", "Ritornelo" e "Boca do Lobo".
Segundo Renato, o tom do espetáculo é emocional. Para marcar a intenção, Renato escolheu uma trilha sonora barroca para pontuar os números de dança com um trio de cordas apresentando sonatas do compositor italiano Arcangelo Corelli.
- "Pretérito Perfeito Imperfeito" tem um forte apelo emocional. A reação do público passa muito mais pelo sensorial que os números suscitam que pela racionalidade. Não importa o grau de conhecimento prévio do público sobre dança ou mesmo sobre a trajetória da companhia - define Renato.

Renato Vieira Companhia de Dança

A Renato Vieira Companhia de Dança tem se caracterizado por apresentar espetáculos que transitam entre o erudito e o popular, em que são expandidos vários canais de expressão para o corpo, desembocando em uma cena contemporânea. Seus últimos espetáculos, Ritornelo e Boca do Lobo, confirmam esta característica e, pela qualidade de produção e excelência técnica e artística, conquistaram plateias lotadas e forte presença na mídia. Renato Vieira é um coreógrafo que se distingue por sua multiplicidade. Sua obra transita por diversos públicos e ele cria espetáculos de dança para sua companhia; é frequentemente requisitado como coreógrafo-convidado de outras companhias. Foi diretor artístico da Cia de Dança de São José dos Campos (SP); assinará a coreografia do próximo filme de Tania Lamarca a ser gravado em meados deste ano em Florianópolis; dirigiu um dos musicais de mais sucesso de 2009, "O Som da Motown"; além de diversas outras criações para teatro e televisão.
Ficha técnica:
Coreografia: Renato Vieira e Bruno Cezario
Direção geral: Renato vieira e Bruno CezarioCom Soraya Bastos, Lavinia Bisotto, Joaquim Tomé e Thiago Sancho
Trilha sonora e Figurino: Bruno CezarioIluminação: Andersom Rato
10/4 R$ 3 (comerciários), R$ 6 (estudantes, idosos), R$ 12. Sesc Nova Friburgo
17/4 R$ 3 (comerciários), R$ 6 (estudantes, idosos), R$ 12. Sesc Barra Mansa